Nosso Relatório Econômico de agosto destaca que o cenário econômico global continua marcado pelos movimentos no mercado de juros, mesmo diante do provável fim do ciclo de aperto monetário implementado nas principais economias.
No cenário global, observamos a postura firme do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, durante o Simpósio de Jackson Hole, ressaltando que a decisão entre gerar um aperto adicional ou manter as taxas de juros estáveis nas próximas reuniões dependerá da evolução da totalidade dos dados econômicos e do balanço de riscos. O discurso se deu em um momento no qual o mercado já não precifica altas adicionais na taxa de juros. De forma semelhante, Zona do Euro e Reino Unido parecem se aproximar de seus respectivos “picos de juros”. Ao mesmo tempo, o risco de uma desaceleração mais acentuada da atividade pode ganhar força, tendo em vista a recente moderação no mercado de trabalho, o fim do estoque de poupança acumulado durante a pandemia e o aumento da inadimplência do consumidor.
No Brasil, o PIB do segundo trimestre surpreendeu positivamente, impulsionado pelo mercado de trabalho resiliente e pelo estímulo fiscal, apesar da correção no setor agropecuário. Contudo, as expectativas ainda indicam uma contração no segundo semestre. Além disso, o governo enviou ao congresso a proposta de orçamento de 2024, que busca alcançar um resultado primário próximo de zero no ano que vem. Para que a proposta seja aprovada, uma série de medidas adicionais visando aumento de receita também precisam passar no congresso.
Quanto aos mercados, destaca-se a abertura das taxas de juros de longo prazo dos EUA e a consequente pressão sobre a bolsa americana. No cenário local, o Real teve um mês difícil em meio ao ambiente global de aversão a risco e à turbulência política e fiscal.
Leia o relatório completo para uma análise detalhada e insights sobre economia global, Brasil e mercados.
Nosso Relatório Econômico de julho destaca como o cenário econômico global continua marcado pelo processo de desinflação nos Estados Unidos e em várias partes do mundo, influenciado pela queda nos preços de commodities.
Núcleos de inflação mostram sinais de arrefecimento, embora permaneçam acima da meta estabelecida. Na China, a economia enfrenta desaceleração, refletida na deflação dos índices de inflação ao consumidor e produtor, além de dados econômicos consistentemente abaixo das expectativas, levando as autoridades a aumentarem os estímulos.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (COPOM) iniciou o ciclo de corte de juros com 50 pontos base, superando as expectativas iniciais de um corte mais moderado. A decisão dividiu o comitê, indicando diferentes perspectivas em relação à inflação. A recente elevação da nota de risco do Brasil pela Fitch Ratings é reflexo do desempenho macroeconômico e fiscal melhor do que o esperado, embora ainda haja desafios para atingir plenamente as metas do novo arcabouço fiscal. Apesar dessa melhora, o país continua abaixo do “grau de investimento”, o que afeta a entrada de investimentos estrangeiros no mercado de títulos públicos.
Nos mercados, as taxas de títulos públicos de longo prazo nos EUA reagiram à crescente percepção de risco, refletindo o aumento da oferta de títulos para lidar com o déficit fiscal e a possibilidade de elevação das taxas de juros longas no Japão. Enquanto isso, no Brasil, a curva de juros sugere uma taxa básica de juros (Selic) em torno de 9% ao final do ciclo de corte do Banco Central. Porém, a volatilidade nos ciclos recentes ressalta a incerteza em torno das projeções de mercado.
A desaceleração da atividade na China e na Zona do Euro, a perspectiva de altas adicionais na taxa de juros dos Estados Unidos e a proximidade do início de um ciclo de corte de juros no Brasil foram destaques do nosso #RelatórioEconômico de junho.
A atividade econômica global está desacelerando, especialmente na Zona do Euro e na China, o que reforça a tendência de queda nos preços de commodities. No entanto, o risco de perdas nas safras devido ao El Niño pode elevar os preços dos produtos agrícolas no futuro próximo
Nos Estados Unidos, os dados econômicos têm sido mais fortes do que o esperado, levando o Federal Reserve a adotar uma postura mais rígida no combate à inflação. Embora a taxa tenha sido mantida estável na última reunião, o comitê sinalizou implicitamente (através de suas projeções econômicas) que antevê duas altas adicionais até o final do ano.
O comitê de política monetária do Banco Central do Brasil revisou para cima sua estimativa de taxa natural de juros – a taxa real que não estimula nem contrai a demanda agregada e a inflação. Apesar disso, diante de um processo de desinflação e da melhora nas expectativas, o comitê declarou que pode iniciar um processo parcimonioso de inflexão já na próxima reunião.
O processo de desinflação global segue em curso, na esteira da queda de preços de diversas commodities. É o que mostra nosso Relatório Econômico desse mês. Apesar de uma trajetória descendente na inflação global, os componentes ligados a serviços continuam se mostrando bastante resilientes, tornando a convergência da inflação para as metas bastante gradual.
Nos Estados Unidos, a deterioração da oferta de crédito que sucedeu os eventos no sistema bancário americano formou um ambiente de elevada incerteza. Entretanto, é possível notar que não houve contágio relevante do crédito para os demais componentes das condições financeiras. Na prática, a retirada de um cenário de hard landing iminente ajudou a melhorar spreads de crédito e a performance de ações.
Além disso, apesar do cenário econômico ainda desfavorável, o forte desempenho de algumas companhias segue sustentando a performance da bolsa americana. Essa tendência foi reforçada por empresas tech com potencial para se beneficiar do desenvolvimento de novas tecnologias em inteligência artificial.
Já no Brasil, o PIB do primeiro trimestre se provou bem mais forte do que a expectativa do mercado. Pelo lado da oferta, o resultado refletiu uma performance muito expressiva do setor de agricultura, que teve sua maior alta trimestral desde 1996. Em contrapartida, pelo lado da demanda, o investimento em capital fixo mostrou queda forte, indicando uma perspectiva pior para o crescimento do país no futuro.
O mês foi marcado pelo tom mais brando por parte do Federal Reserve, banco central norte-americano. É o que mostra nosso Relatório Econômico de abril. Somado a uma trajetória favorável dos dados econômicos, a mudança levou a um movimento de fechamento da curva de juros, que já inclui cortes de juros em 2023.
O banco central da Europa também desacelerou o ciclo de alta, conforme esperado, mas a pausa não parece tão próxima. O discurso da autoridade monetária se manteve duro, indicando que ainda há trabalho a ser feito.
Já o crescimento da economia chinesa vem se mostrando menos intenso do que se projetava. Ao mesmo tempo, nota-se uma dicotomia entre serviços e indústria, com o primeiro ainda em expansão, enquanto o segundo já se encontra em território negativo.
Nesse contexto, o S&P 500 vem mostrando performance positiva desde março. Entretanto, observa-se que as contribuições para esse movimento ficaram altamente concentradas em empresas com maior valor de mercado – majoritariamente do setor de tecnologia – enquanto o restante do índice teve performance mais moderada.
Diante da evolução do cenário global, sobretudo diante do provável fim do ciclo de alta nos EUA, a correlação entre renda fixa e ações em horizontes de curto prazo parece estar de volta em campo negativo. Ainda é cedo para afirmar se essa tendência voltará a ser válida, mas, se confirmada, deve eliminar um dos grandes desafios recentes à gestão de portfólios.
Os acontecimentos do mês de março foram muito relevantes para a economia global. Em um curto espaço de tempo, dois bancos americanos (Silicon Valley Bank e Signature Bank) tiveram falência decretada, causando apreensão sobre os mercados. Mesmo assim, os principais bancos centrais internacionais seguiram na trajetória da alta de juros – comunicando a separação entre as políticas que visam a estabilidade de preços e as medidas para assegurar a estabilidade do sistema financeiro.
A derrocada das duas instituições financeiras gerou uma onda de saques em bancos regionais nos EUA, mas a pronta resposta das autoridades monetárias e regulatórias reduziram significativamente as chances de uma crise sistêmica no setor bancário. Entretanto, deve haver redução nas concessões de crédito no horizonte próximo.
Já na cena doméstica, o principal tema econômico foi a apresentação da proposta de novo arcabouço fiscal – em substituição ao Teto de Gastos. Embora ainda restem dúvidas a respeito de como serão endereçados alguns problemas, a divulgação foi recebida de forma positiva pelo mercado, já que elimina o risco de descontrole da dívida pública.
Ainda no ambiente interno, a desaceleração do mercado de crédito também vem ganhando mais atenção. No primeiro relatório trimestral de inflação do ano, o Comitê de Política Monetária (Copom) revisou negativamente sua estimativa de variação do estoque de crédito, mostrando um crescimento real bem moderado em 2023.
A abertura da economia chinesa pós-Covid ganhou força em fevereiro – é o que mostra o #RelatórioEconômico da Turim. A alta recente de dados que englobam diferentes métricas de mobilidade e atividade econômica é a maior desde o início da série, em 2020, sugerindo expansão da atividade econômica.
Nos Estados Unidos, o mercado de trabalho segue aquecido, apesar da contração monetária implementada pelo Federal Reserve (banco central). Além disso, o mercado acionário americano também se comportou relativamente bem – mas este equilíbrio pode se mostrar instável caso os juros voltem a subir.
Já no Brasil, a economia brasileira teve ligeiro recuo no 4º trimestre de 2022. Entretanto, no ano, o resultado de 2,9% foi consideravelmente melhor do que o previsto inicialmente pelo mercado.
Para 2023, o juro muito contracionista e os problemas no mercado de crédito devem exercer uma força baixista na atividade doméstica, compensados em parte por uma atividade agroindustrial mais forte e pelo impulso fiscal.
O início de 2023 vinha sendo marcado por uma recuperação da bolsa norte-americana, especialmente nos ativos mais descontados. Nosso relatório econômico mensal mostra que esse movimento foi favorecido pelo fechamento da curva de juros e a perspectiva de recuo da inflação.
Entretanto, no início de fevereiro, após a surpresa vinda de dados mais fortes, sobretudo no mercado de trabalho, vimos alguma reversão desse movimento.
No mesmo sentido, o dólar, que vinha mostrando performance mais fraca desde o final do ano passado, apresentou alguma recuperação na margem.
Já no Brasil, a moeda nacional foi capaz de se manter relativamente bem comportada diante de um fluxo de notícias bastante negativo nos últimos meses.
Fatores externos favoráveis como a reabertura da China e, novamente, o fechamento dos juros americanos ajudam a explicar o comportamento no período. Entretanto, nota-se que a performance da moeda foi pior do que a maioria dos seus pares em horizontes de 3 a 4 meses.
A alta global das taxas de juros, com as principais autoridades monetárias buscando combater a escalada da inflação, foi um dos principais tópicos que impactaram o ano de 2022 e um dos destaques do relatório deste mês.
Este ano, com dados econômicos mais fracos nos Estados Unidos, sobretudo no que se refere à inflação, espera-se algum alívio no ciclo de alta de juros.
Na Europa, o inverno surpreendeu positivamente, uma vez que o frio está menos rigoroso. Diante disso, houve recuo relevante do preço do gás no continente, com implicações na inflação de dezembro, que mostrou recuo no índice cheio, apesar da pressão no núcleo.
Outro destaque vai para o processo de reabertura da China, que se mostra cada vez mais consolidado e tem potencial para afetar o mercado de commodities de forma relevante.
“Desde o final do ano passado, as autoridades da China vêm retirando restrições relacionadas ao Covid-19 e anunciando uma série de estímulos econômicos. Especula-se que o avanço desse processo resultará em suporte adicional aos preços do petróleo, que tem o país como um de seus maiores importadores”, diz o relatório.
Apesar do aumento dos casos de Covid-19 na China, as autoridades optaram por relaxar as medidas de combate ao vírus, sinalizando uma verdadeira mudança de paradigma: agora, em vez de zerar os casos, a meta do país parece ser “achatar a curva”, como ocorreu no ocidente. É o que revela o nosso Relatório Econômico do mês.
Ao mesmo tempo, a inflação americana vem branda, permitindo que o FOMC tenha alguma tranquilidade para reduzir o ritmo de alta de juros já em sua próxima reunião. Entretanto, algumas métricas, como o núcleo de serviços excluindo aluguel, ainda tem uma trajetória nebulosa pela frente.
No cenário interno, o documento mostra como a desaceleração da atividade e a incerteza diante do cenário fiscal têm afetado a confiança do empresariado brasileiro.
Nesse contexto, a divulgação do PIB do terceiro trimestre aponta para uma desaceleração mais intensa do que o esperado, reforçando a percepção de que a economia começou a esfriar a partir da segunda metade do ano.
A desaceleração do ciclo de alta de juros por parte de alguns dos principais Bancos Centrais foi um dos destaques do mês de outubro. Nesse contexto, o mercado prevê uma desaceleração da inflação nos Estados Unidos. A grande incerteza, contudo, se refere à taxa de juros necessária para conter o avanço da inflação subjacente.
O documento também mostra que a recente queda dos preços no mercado imobiliário pode ter implicações relevantes para a inflação americana, sobretudo nos itens ligados aos preços de aluguel, que vêm se mostrando bastante pressionados no atual ciclo.
Os resultados do aperto monetário também já começaram a dar sinais no Brasil. Em sua última ata, o Comitê de Política Monetária (Copom) ressaltou que os efeitos já podiam ser identificados na atividade econômica e nas estatísticas de crédito, destacando a composição das concessões de crédito para as famílias e um moderado aumento da inadimplência.
O mês de setembro foi marcado pelo anúncio de um pacote fiscal surpreendente no Reino Unido. Em um contexto complexo, que já incluía alta de juros e crescimento dos gastos públicos, a adição de políticas de renúncia fiscal sem contrapartidas gerou repercussões relevantes no mercado.
A reação dos mercados às propostas foi um dos maiores movimentos conjuntos de abertura de juros e depreciação da Libra Esterlina de sua história.
Nesse contexto global – de intensa desvalorização de moedas de economias desenvolvidas e emergentes, frente à forte apreciação do dólar – a performance do Real tem se sustentado relativamente bem, tendo inclusive desempenho positivo no ano.
Além do câmbio, outro nicho que tem sido fortemente impactado pela abertura generalizada das taxas de juros mundo afora é o mercado de ações. Com o adicional de revisões negativas das estimativas de lucros das empresas no contexto de desaceleração global, as bolsas internacionais têm apresentado um desempenho mais fraco, com cotações impactadas negativamente pelas projeções de balanços trimestrais abaixo do esperado.
O mercado de juros americano segue em um movimento de reprecificação de sua taxa terminal – taxa de juros que encerrará o ciclo de alta promovido pelo Federal Reserve –, assim como a trajetória de cortes que a sucederá. Esse é um dos principais tópicos que vem impactando o cenário global e um dos destaques do Relatório Econômico deste mês.
A continuidade deste ambiente econômico preocupado com a inflação leva a uma correlação positiva entre os retornos de ativos de renda fixa e variável – o que representa um dos maiores desafios recentes à construção de portfólios.
“Foram poucas as vezes ao longo dos últimos 20 anos em que a performance dos ativos caminhou na mesma direção. Nesse ciclo, no entanto, essa correlação atingiu um patamar bastante elevado frente ao padrão histórico”, diz o relatório.
No Brasil, apesar de o fluxo acumulado em ações ter sido estável nos últimos cinco anos, a Turim acredita que haja espaço para o país atrair recursos nos próximos anos, caso a solução fiscal seja equacionada.
A economia global segue navegando rumo a um momento de aperto das condições monetárias – e em ritmo cada vez mais acelerado. Este tema é analisado nosso relatório econômico.
Nos Estados Unidos, a inflação cheia parece ter atingido seu pico, com evidências de melhora em componentes associados ao alívio nas cadeias produtivas e à correção nos preços das commodities.
Esse ajuste das commodities se deu, sobretudo, nos itens ligados à energia, refletindo a escalada global das taxas de juros e a possibilidade de recessões em grandes economias, como a norte-americana e a europeia.
Já no mercado acionário, a bolsa americana mostrou forte recuperação a partir de meados de julho, refletindo o fechamento da curva de juros americana. O dólar também segue forte quando comparado aos seus pares.
No Brasil, o Banco Central indicou a proximidade do fim do ciclo de aperto monetário, levando as taxas de juros reais a uma queda relevante.
Ao longo do primeiro semestre do ano, a inflação chegou aos patamares mais elevados das últimas décadas em diversos países. Esse foi o principal tema do nosso Relatório Econômico desse mês.
No cenário global, os bancos centrais de países desenvolvidos responderam com medidas mais duras, apertando as condições monetárias desde o início do ano.
Em junho, o movimento de elevação das taxas de juros foi ainda mais acelerado, com o Federal Reserve, banco central norte-americano, optando por uma alta maior do que a sugerida inicialmente.
No Brasil, o Banco Central mantém a porta aberta para uma última alta de juros e comunica estratégia de manutenção da taxa Selic em território contracionista por período prolongado.
Essa perspectiva de juros altos levou os títulos de longo prazo dos Estados Unidos a atingirem os piores retornos para os primeiros seis meses do ano em décadas. A queda simultânea nos mercados de renda fixa e variável, uma inversão da relação que vigorou pelos últimos anos, representou um grande desafio para a gestão de portfólios.