Em um passado não tão distante, o mundo temia que o crescimento descontrolado da população pudesse levar a uma crise de escassez de recursos, conforme previu Thomas Malthus. O economista observou que a população mundial crescia em uma progressão geométrica (ou seja, dobrando-se a uma taxa exponencial), enquanto a produção de alimentos aumentava em uma progressão aritmética (ou seja, aumentando de forma linear), resultando em uma crescente discrepância entre oferta e demanda por alimentos. No entanto, nas últimas décadas, vimos não apenas uma expansão significativa da produtividade na oferta de alimentos, mas também uma desaceleração do crescimento populacional.
Essa tendência está associada a uma queda acentuada nas taxas de natalidade, especialmente nas economias desenvolvidas. Entre as explicações estão fatores socioeconômicos e culturais, como o aumento do custo de vida e mudanças nas preferências pessoais. Além disso, o aumento da expectativa de vida contribui para o envelhecimento populacional. Inicialmente, isso pode gerar pressões inflacionárias, à medida que uma maior proporção de idosos gasta suas economias e demanda mais serviços médicos e, simultaneamente, a menor oferta de trabalhadores pode pressionar os salários para cima. A longo prazo, esses efeitos podem se traduzir em um menor potencial de crescimento econômico e maior risco de deflação.
O gráfico dessa semana, produzido pela Macrobond com dados do Banco Mundial, ilustra a evolução das taxas de fecundidade (o número médio de filhos que uma mulher tem durante sua vida reprodutiva) em vários países de 1960 a 2024. Observa-se que a redução da taxa de fecundidade ocorreu em toda a amostra, sendo mais pronunciada nas economias desenvolvidas.
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