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View of the Week: O desafio do custo de vida nos EUA e o impacto das tarifas

08 dezembro 2025

Os preços de itens de consumo básico, como habitação, transporte e alimentação, subiram de forma expressiva no período pós-pandemia e voltaram a ser pressionados este ano, em razão das novas tarifas sobre importações. Embora o ritmo de alta da alíquota tenha desacelerado, os efeitos inflacionários defasados permanecem, visto que o repasse dos custos ao consumidor final não ocorreu de maneira imediata.

 

O gráfico dessa semana representa a evolução das estimativas para a alíquota efetiva e para a parcela do ônus das tarifas absorvido pelos consumidores americanos ao fim de cada trimestre de 2025. Nota-se que a alta da taxa foi mais acelerada na primeira metade do ano (subindo de cerca de 2,5% para algo em torno de 10%) e bem mais gradual na segunda metade (com alíquota em torno de 12% projetada para o final do ano). Por outro lado, o repasse dos custos aos consumidores finais (que girava em torno de 20% até o segundo trimestre) deve mais do que dobrar até o fim do ano, à medida em que as empresas importadoras dos EUA ajustam preços, a fim de recompor suas margens de lucro.

 

A dinâmica do custo de vida tem ganhado relevância crescente no ciclo político americano, contribuindo para a queda da aprovação do governo Trump, ao mesmo tempo em que candidatos que prometem aliviar o orçamento familiar ganharam espaço no debate público. Nesse contexto, o presidente reduziu a zero as tarifas sobre uma ampla lista de alimentos e sinalizou a possibilidade de distribuir “dividendos das tarifas” à população.

 

Mini glossário

Alíquota efetiva: estimativa do peso médio das tarifas incidentes sobre o total de importações americanas.

 

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