Visão Turim
Um encontro mensal com nosso time sobre mercados e estratégias
O webinar Visão Turim de novembro contou com a participação de Henrique Santos, Sócio e Portfolio Manager da Turim; Pedro Hokama, Sócio e Head de Ativos Líquidos; e Thiago Campos, Economista da Turim, em uma conversa sobre os impactos recentes do shutdown nos Estados Unidos, o dilema atual do Federal Reserve, as tensões comerciais entre EUA e China e as perspectivas para a economia brasileira.
Nos Estados Unidos, o maior shutdown da história deve reduzir o PIB em cerca de 1% no quarto trimestre, mas a maior parte do movimento deve ser compensada por uma recuperação mais forte no primeiro trimestre do ano que vem. A paralisação também impossibilitou a divulgação de estatísticas econômicas importantes, elevando a incerteza na conjuntura.
Com a inflação ainda um pouco acima da meta (mesmo desconsiderando o efeito das tarifas) e sinais de desaceleração gradual no mercado de trabalho, o FOMC adota postura cautelosa, sinalizando que pode não cortar juros em dezembro.
No Brasil, a moderação da atividade já se reflete em projeções de crescimento um pouco acima de 2% para 2025, nível bem mais próximo das estimativas de PIB potencial do que o observado nos últimos quatro anos.
Mesmo assim, o Banco Central mantém prudência, sinalizando que não tem pressa para iniciar o ciclo de cortes, embora reconheça avanços na desinflação e na atividade. A precificação no mercado de juros sugere um ciclo de cortes menor que o usual (menos de 300 bps), começando no início do ano que vem.
Já no mercado de câmbio, a tendência de dólar fraco e a queda na volatilidade têm favorecido estratégias de carry trade e explicam parte importante da apreciação do real no ano.
A dinâmica é parecida na bolsa, onde a performance do Ibovespa tem acompanhado o humor do mercado internacional, a despeito das perspectivas locais para as eleições do ano que vem.
